quarta-feira, 9 de julho de 2014

PAPO DE CONSULTÓRIO

Os tipos de conjuntivite, os sintomas e tratamentos
Olhos vermelhos, ardor, coceira, dor ao olhar para locais mais iluminados. Qualquer um de nós é capaz de dizer o que está acontecendo: conjuntivite, certo? Talvez sim, talvez não (outros problemas nos olhos podem causar sintomas parecidos). Mas mesmo que você esteja certo, e realmente seja uma conjuntivite, é importante saber que não existe apenas um tipo de conjuntivite, e por isso mesmo, não existe apenas um tratamento para o problema. Vamos começar do início:
O que é conjuntivite:

A inflamação da membrana que recobre a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras. Esta membrana é a conjuntiva. A conjuntivite pode se instalar em apenas um olho ou nos dois, e durar entre uma semana e quinze dias. A conjuntiva pode ficar inflamada por causas diversas, por isso dizemos que a inflamação pode ser de origem bacteriana, viral ou alérgica. O problema é que independentemente do tipo apresentado, os sintomas parecem ser o mesmo (olhos vermelhos, irritação…), mas para cada causa há um tipo de tratamento específico. Por isso é tão importante consultar seu oftalmologista, ao invés de usar “aquele colírio” que ajudou muito em uma outra ocasião, ou que foi ótimo para seu filho.
Conjuntivites virais e bacterianas: em alguns aspectos, são muito semelhantes:
• Começam por um dos olhos e depois, de três ou quatro dias, acometem o outro;
• Deixam os olhos vermelhos;
• Formam lacrimejamento em excesso.
Diferentemente das bacterianas, porém, nas conjuntivites virais não há formação de pus, e sim de muco. O olho amanhece grudado e durante o dia ocorre um excesso de lágrimas. É importante ressaltar que os dois tipo são muito contagiosos. Principalmente a viral. Como o olho vermelho que não forma muita secreção engana, as pessoas não tomam cuidado e a disseminação da doença ocorre em larga escala.
O contágio ocorre por contato. A pessoa enxuga os olhos e cumprimenta alguém ou seca o rosto numa toalha que vai ser usada por mais gente e passa o vírus para os outros. Por isso, é tão importante que durante a fase aguda e de contágio os pacientes evitem apertar as mãos de outras pessoas, utilizem papel descartável para limpeza dos olhos e separem toalhas, travesseiros e outros objetos de uso pessoal. Lenços de pano são desaconselhados.
A conjuntivite viral esta geralmente associada com um resfriado ou garganta irritada. Bactérias como staphylococus e streptococus muitas vezes causam conjuntivite bacteriana. A gravidade da infecção depende do tipo de bactéria envolvida.
Para o tipo viral não há tratamento específico. Compressas podem ajudar a aliviar o incômodo. Ao contrário do que se acredita, água boricada não deve ser usada: ela pode aliviar os sintomas da conjuntivite, mas sua composição pode provocar reação alérgica intensa. As compressas devem ser feitas com água natural ou mineral. A água deve estar fria, porque o frio ajuda a desinflamar e desinchar os olhos. Além disso seu oftalmologista indicará colírios para reduzir o vermelho e a inflamação. Não se deve usar colírios com antibióticos em conjuntivites virais, porque não existem bactérias para matar e eles podem provocar alergia.
No caso da bacteriana, o quadro inclui a secreção purulenta (pus) que persiste ao longo do dia. Nesse caso, colírios à base de antibióticos podem ser indicados pelo seu oftalmologista. Muito raramente o tratamento inclui antibióticos via oral.
Assim como o resfriado comum, a conjuntivite viral não tem cura, porém os sintomas podem ser aliviados; e, geralmente desaparece dentro de três semanas.
Para evitar que outras pessoas sejam infectadas, siga as seguintes recomendações:
• Desinfete superfícies como: maçanetas e balcões, com solução de água sanitária diluída;
• Não nada (algumas bactérias podem se espalhar na água);
• Evite tocar no rosto;
• Lave as mãos com frequência;
• Não compartilhe toalhas ou roupas;
• Não reutilize lenços (prefira os de papel);
• Evite apertos de mãos.
Conjuntivites alérgicas
Ocorrem com maior frequência em pessoas com predisposição a desenvolver alergias, mas também pode ser causada por intolerância a substâncias presentes em cosméticos, perfumes, ou drogas.
Sintomas mais comuns da conjuntivite alérgica:
• Comichão olhos e pálpebras;
• Olhos úmidos;
• Sensação de queimação e vermelhidão ao redor dos olhos;
• Inchaço das pálpebras;
• Visão turva;
• Sensação de corpo estranho no olho;
• Vontade de esfregar os olhos;
• Olhos secos;
• Formação de secreção na conto do olho;
• Lacrimejamento.
Existem dois tipos de conjuntivite alérgica: sazonal e perene. O primeiro é o mais comum e se manifesta na maioria das pessoas que já apresentam outras alergias. É associado com alergias sazonais que ocorrem geralmente durante os meses de primavera e verão.
A conjuntivite alérgica perene persiste ao longo do ano e geralmente é desencadeada por alérgenos, como pelo animal, ácaros e mofo.
Somente o médico oftalmologista pode avaliar os resultados obtidos com o colírio receitado e aconselhá-lo sobre o uso futuro.
Se os sintomas parecem piorar. Ligue para o seu oftalmologista imediatamente.
Tratamento
Toda conjuntivite requer atenção médica. O tratamento adequado depende da causa do problema. Seu oftalmologista poderá prescrever, além de colírios, outros medicamentos anti-inflamatórios, antialérgicos e compressas frias.
Quem usa lentes de contato, deve evitá-las até o desaparecimento dos sintomas.

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